Após 50 anos do 1º transplante no Brasil, Bahia investe em ampliação de centros de saúde

Foto: Divulgação/GOVBA

Após mais de 50 anos do primeiro transplante cardíaco realizado no Brasil, em dezembro de 1967, o governo da Bahia tem investido para ampliar os centros de cardiologia e cirurgia cardíaca em todo estado, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Para este fim, equipamentos modernos foram instalados e equipes especializadas foram ampliadas nos hospitais Ana Nery e Roberto Santos, os dois centros de referência de Salvador. Em dezembro de 2017, também foi inaugurado o primeiro centro de cardiologia e cirurgia cardíaca em um hospital público no interior do estado, no Hospital Costa do Cacau, em Ilhéus, onde já estão sendo implantados marcapassos, realizadas angioplastias coronárias com stents e cirurgias de ponte de safena. Foram autorizadas ainda as obras no Hospital do Oeste, em Barreiras, e no Hospital de Irecê, para implantar serviços de cardiologia e cirurgia cardíaca, com conclusão prevista para nove meses. Unidades de Atendimento ao Infarto do Miocárdio também estão sendo implantadas em 52 localidades em todo o estado, para permitir a orientação e acompanhamento remoto da condução dos casos, via telemedicina. Outro investimento do governo é o centro de Referencia Estadual para Hipertensão e Aterosclerose Sistêmica, que será o maior do país, e coordenará unidades nas 18 policlínicas regionais de saúde, que estão sendo implantadas em todo o estado. Estas unidades de saúde, inclusive estão estruturadas com cardiologistas e todos os equipamentos para diagnóstico cardiológico, incluindo teste de esforço, ecocardiograma, doppler, MAPA e Holter. Apesar do investimento, ainda há dificuldades para a evolução do transplante cardíaco, assim como de outros órgãos. Isto porque ainda hoje, cerca de 60% dos rins e 30% dos fígados captados na Bahia são disponibilizados para outros estados. De acordo com o governo, este baixo índice onera o estado, que anualmente gasta R$ 10 milhões em custos com Transferência para Fora do Domicílio – TFD (pacientes e acompanhantes que vão para outros estados) e R$ 26,4 milhões em custos com Hemodiálise (R$2.148,00/pct/mês = R$25.776,00). Para melhorar estes números, a Secretaria Estadual da Saúde (SESAB) lançou, em 2016, uma política de incentivos ao transplante, com o objetivo de garantir sustentabilidade econômica às equipes e hospitais, com base em metas e resultados, além de facilitar o acesso à realização dos exames necessários para o pré e pós-transplante e reduzir o tempo de espera com aumento da doação, captação e transplante. Com esta política houve aumento do número de centros transplantadores e do número de órgãos transplantados, mas ainda existe uma barreira, a grande recusa para a autorização de doação de órgãos pelas famílias, que atinge mais de 70% dos potenciais doadores.

Fonte: Bahia Notícias