Médico baiano relata desespero ao presenciar início da guerra em Israel e narra cenário de incertezas com retorno ao Brasil: ‘Assustador’

Um médico baiano que está impedido de deixar Israel, por causa dos riscos de viajar em meio à guerra entre o país e o Irã, fez relatos dos momentos de terror vividos por ele nos últimos dias.

Ícaro Barros contou que estava em uma festa, na madrugada da última sexta (13) — noite de quinta (12) no horário de Brasília —, quando os primeiros ataques começaram. Na ocasião, os celulares apitaram, alertando para o perigo.

“Soou um alarme muito alto no meu celular. Estava escrito “Extreme Alert” e um texto em hebraico. Como meu hebraico não é muito bom, fui pedir ajuda para tentar entender o que estava escrito. Quando vi, mais de 500 pessoas estavam correndo para a rua, gritando, ligando para familiares, indo para os seus carros. Foi assustador”, disse.

O baiano conta que ficou sem saber o que fazer por um tempo, até que um amigo ligou e avisou que iria resgatá-lo. Desde então, ele tem morado em um imóvel, em Tel Aviv, com um bunker para casos de bombardeios.

“Os dias têm sido muito atípicos. Geralmente aqui, por ser uma cidade de praia, existe um movimento muito grande, mas está tudo parado. Existe uma atmosfera de tensão, ruas vazias, cenas que víamos na pandemia, por exemplo. Todo mundo muito alerta, sempre com o celular na mão quando sai de casa para ir ao mercado”, afirmou.